Dinorah A. de Simas Enéas (21/12/1888 – 15/01/1973)

Dinorah Azevedo Simas Enéas se formou na Escola de Belas Artes chegando a fazer especialização na Europa.

Suas faculdades mediúnicas despontaram em 1923, exercendo-a no Centro Espirita Soledade, no Maracanã, RJ.

Desenvolveu psicografia e pictografia, tendo oportunidade de produzir mais de 2000 quadros.

Foi através de seu punho, que Antonio de Aquino deu inúmeras orientações e valiosas preleções, alem de belas obras literárias como os livros "Cachoeira de Pirilampos" (Antonio de Aquino) e "Psicologia dos Lusiadas" (Camões - Jaime Diniz).

Atuante médium em varios grupos espiritas, entre eles, o de fundadores das Cabanas de Lysis e Antonio de Aquino e colaboradora emérita da Novo Horizonte, na verdade, Dinorah, teve uma vida toda dedicada à prática da caridade e amor ao próximo fazendo de sua residência um posto de ajuda aos sofredores.

A Revista Novo Horizonte, já em sua edição nº1 jan/1932, lançou as Palestras do Além, publicação em forma de fasciculos, um a cada edição da revista, mensal na época. As Palestras do Além, foram uma belissima antologias composta de mensagens mediunicas de uma série de mentores espirituais que trabalhavam ou simplesmente compareciam para colaborar nas reuniões de trabalhos mediúnicos nas Cabanas de Lysis e Cabana de Antonio de Aquino.

A cada fascículo de Palestras do Além, além da biografia de um mentor ou colaborador espiritual, acompanhava uma ilustração pictografado pela médium Profª Dinorah Azevedo de Simas Enéas.


Exposição no Lyceu de Artes e Officios (maio 1934) - Retratos mediunicos por Dinorah de Azevedo Simas Enéas.


Foi através de sua mediunidade pictográfica e psicográfica que por décadas, até os dias de hoje, nos chegaram, não só mensagens de grande valor doutrinário espírita, como o retrato de seus autores elaborados com extrema maestria e sensibilidade artististica.

Retrados de guias das Cabanas de Lysis e Antonio de Aquino pictografados por Dinorah de A.de Simas Enéas, publicados em fascículos sob o título “Palestras do Além” anexos à revista Novo Horizonte.

Ramatis

A imagem pela qual Ramatís foi imortalizado, deveras conhecida entre os seus admiradores, resultou de um quadro recebido por meio de psicopictografia mecânica (“pintura mediúnica”), através da médium Dinorah Azevedo de Simas Enéas na década de 50, no Rio de Janeiro, posteriormente presenteado ao médium Hercílio Maes.

Dona Dinorah, como ficou conhecida, era possuidora de singular mediunidade psicográfica, a maravi-lhosa faculdade de retratar, por influenciação psíquica, personagens do plano espiritual; para tanto, preparou-se durante dois anos, freqüentando o curso de pintura clássica na Escola Nacional de Belas Artes, onde mais tarde tornou-se professora.

Ao contrário da psicografia intuitiva, que faculta ao sensitivo receber, através de uma espécie de “fonação intracerebral”, as imagens que a entidade ou espírito do plano invisível lhe projeta na tela mental, pela via telepática, a autora do quadro de Ramatís, era médium psicógrafa “mecânica” em alto grau.

No momento em que a sua mão e braço eram envolvidos ou saturados de fluidos magnéti-cos, que os transformavam em instrumentos neutros ou passivos, desarticulados ou libertos do seu comando cerebral, à guisa de dócil “pincel”, ela então passava a desenhar retratos por captação mental, sentindo as radiações áuricas do espírito a lhe utilizar o equipo carnal para desenhar, às vezes tendo conhecimento, também, da presença da Entidade ou “modelo” a ser retratado, sem, no entanto, saber-lhe previamente a identidade.

Então, a mão dessa sensitiva ganhava tal autonomia de movimentos que, a um só tempo, enquanto deslizava sobre o papel ou tela, desenhando ou pintando, ela podia até mesmo entreter conversação com uma ou mais pessoas, abordando assuntos diversos do foco de atividade de sua mão, que atuava sob ação puramente mecânica, obedecendo à influenciação mental do espírito que a ancorava e dirigia, em conformidade com a “idéia” ou “plano” deste.

Curioso notar que Dona Dinorah não era médium vidente, não “via” previamente os espíri-tos para então lhes desenhar o retrato por meios próprios; embora o braço e a mão da médium ficassem libertos do seu comando cerebral, não deixavam de ser uma espécie de instrumentos perfeitos e afinados, em condições de corresponderem às exigências técnicas da execução por parte do “artista” invisível, conseqüência de seu prévio preparo e constante treino na arte do desenho.

Sobre o quadro retratando Ramatís, captado pela via mediúnica mecânica, assim se ex-pressou o seu médium Hercílio Maes em depoimento, por carta, a José Fuzeira (revisor de su-as primeiras obras), após tê-lo recebido:

“Recebi o retrato de Ramatís e confesso o meu assombro pela sua espantosa fidelidade. Não conheço Dona Dinorah, mas peço apresentar-lhe as minhas efusivas felicitações, pois, através da sua extraordinária mediunidade, ela conseguiu fixar Ramatís conforme, na minha infância, o vi materializado, e como ainda o vejo, de vez em quando, no plano Astral.

É tal a similitude da expressão da sua fisionomia, exuberante de paz e de bondade, que, ao contemplar seu retrato, meu espírito foi tomado por uma emoção de saudade intensa, que me propiciou, num instante, ser transportado ao momento inesquecível da primeira vez que ele me apareceu. Que Jesus abençoe essa irmã pela alegria espiritual que me proporcionou!”