Lysis de Krótona Pictografado por Dinorah A. Simas Enéas

Lysis de Krótona, de quem se deu o nome ao grupo, é o patrono espiritual; foi um filósofo da antiguidade, discípulo de Pitágoras, que viveu dos anos 490 a 560 a.C.

Era membro da Confraria de Crótona e como bom intérprete da sabedoria do Mestre.

Compôs os Versos de Ouro (veja abaixo), códice filosófico de máximas, que sintetiza toda a doutrina pitagórica.

Foi essa uma doutrina revolucionária. para aquela época de obscurantismo caótico em que se cultuava o politeísmo às soltas; foi o primeiro grito de alarma desferido contra o paganismo; o primeiro movimento filosófico que se fazia sentir na concretização dos mandamentos da lei de Deus, fixados por Moisés no Decálogo, que a humanidade não soube ou não quisera interpretar e só a demonstração prática de Jesus, o Cristo, tornou efetivos, dando a sua vida em holocausto pela redenção da humanidade.


Lysis de Krótona, o nosso guia, seguindo as pégadas de Pitágoras, foi assim um dos predecessores que tentaram desbravar o caminho por onde mais tarde devia caminhar Jesus em sua campanha sem par pela igualdade, liberdade e fraternidade.

Versos de Ouro

Lysis de Krotona (Discípulo de Pitágoras)

A Deus essência e forma, o culto consagrado

Rende e tua fé, conserva; prestigia

Dos sublimes heróis a imarciada lembrança

E a memória etheral dos supremos espíritos,

Bom filho, neto irmão, terno esposo e bom pai !

Sê, e, para teu amigo, o amigo da virtude

Escolhe e cede sempre aos seus dóceis conselhos,

Sê sincero e bondoso. Não o deixes nunca,

Se possível te for, pois, uma lei severa

Agrilhoa o poder junto á necessidade.

Está nas tuas mãos combater e vencer

Tuas loucas paixões. Aprende a dominá-las.

Sê sóbrio, ativo e casto. As cóleras evita,

Em público, ou só, não te permitas, nunca,

O mal, e, mais que tudo, a ti mesmo respeita-te.

Pensa antes de falar e pensa antes de agir.

Atende, não esqueças: um poder invencível

Ordena de morrer; e os bens e as honrarias,

Fáceis de adquirir, são fáceis de perder.

Quanto aos males fatais que o destino acarreta,

Julga-os pelo que são; suporta-os, procura,

Quão possivel te seja, o rigor abrandar-lhes.

Os Deuses (*) aos mais cruéis, não entregam os sábios

Como a verdade o erro adoradores conta.

O filósofo aprova ou,adverte com calma

E, se o erro triunfa, ele se afasta e espera.

Ouve e no coração grava as minhas palavras

Teme o exemplo dos outros e, pensa por ti mesmo.

Consulta, delibera e escolhe livremente

Deixa aos loucos o agir sem um fim e sem causa;

Tu deves comtemplar no presente o futuro.

Não pretendas fazer aquilo que não saibas;

Aprende: tudo cede à constância e ao tempo;

Procurarás em tudo um meio justo e bom.

Busca sempre saber: - "Hoje o que pratiquei?"

Se for o mal, abstém-te, e se foi o bem, persevera.

Meus conselhos aceita e os estima e pratica,

E te conduzirão as divinas virtudes.

Por esse que gravou nos nossos corações

A Tetrade Suprema, imenso e puro símbolo,

Fonte da Natureza e modelo dos Deuses, juro.

Antes, porém, que tu, alma fiel

Ao seu dever, invoque com fervor os Deuses,

Cujo soccorro imenso e grandioso e forte

Te fará concluir as obras começadas,

Segue o exemplo perfeito e não te iludirás.

Rebuscarás do Ser a mais estranha essência,

De tudo saberás o princípio e o fim.

E, se Deus permitir, verás que a Natureza,

Em tudo semelhante, é, uma em toda a parte.

Conhecedor, assim, de tudo o que tu podes,

Terás o coração livre de tentações,

E saberás que o mal, que transfigura os homens,

É fraco do seu ser, porque esse, iludidos,

Procuram longe o bem que trazem dentro em si.'

Homens que saibam ser felizes são bem raros:

Joguetes das paixões, oscilando nos males,

Singram tontos num mar sem luzes e sem fim,

Sem poder resistir nem dobrar a tormenta.

Salvai-os Grande Pai, abrindo-lhes os olhos.

Mas, Não. Aos homens cabe, raça eterna e divina,

O erro distinguir da verdade perfeita.

A natureza os serve, e tu que a penetraste,

Alma sábia e, ditosa, a paz seja contigo.

Observa as minhas leis e te afasta daquilo

Que tua mente recusa, distinguindo bastante.

Sobre teu corpo reine e brilhe a inteligência,

Para que no esplendor de um éter fulgurante,

Mesmo entre os imortais, consigas ser um Deus!

Psicografada pelo médium Gustavo de M. Pontes.


(*) Espiritos puros