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Em junho de 1949, Dona Chiquita funda a Cabana de Canagé. Em agosto de 1950, passou a se chamar Casa do Coração.
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História
O historiador que se ocupar com a compilação do que tem sido realizado no Rio de Janeiro em prol da propagação dos princípios e das realizações espíritas, terá que deter-se largo tempo na explanação do que, como, porque e para que da Casa do Coração.
Corria o ano de 1926, uma época dificílima para os profilentes do Espiritismo, quando o jornalista, escritor, conferencista dos mais solicitados do Rio de Janeiro,Luiz Marianos de Barros Fournier teve a coragem de reunir um grupo de médiuns e fundar o Núcleo Espírita de Amigos Neo-Phytagóricos.
Pouco depois, em 1932, por orientação do guia espiritual do grupo, Lysis de Krótona (discípulo de Pitágoras), o Cel. Barros Fournier, funda a Cabana de Lysis. Nesse mesmo ano, cria a revista Novo Horizonte, apresentada como Revista Espírita de Psicologia Social – Editada pela Cabana de Lysis.
Em 1934, também por orientação do guia Antonio de Aquino, o grupo funda a Cabana de Antonio de Aquino, e a missão de presidi-la coube a Profª Pedrita Lameira Ramos Valente, médium de extremas faculdades que já participava intensamente dos trabalhos da Cabana de Lysis.
A partir de 1938, as atividades na Cabana de Lysis foram transferidas para Cabana de Antonio de Aquino, bem como seus médiuns, entre eles, a Profª Francisca Fraenkel, além do próprio Cel. Fournier, seu presidente, que lá passou a liderar os trabalhos de desobsessão até sua desencarnação em 1946.
E assim foram consolidadas as bases espirituais que viriam a inspirar gerações de espíritas até os dias de hoje.
A Profª Francisca Fraenkel, assim como a Profª Pedrita Valente, participou das atividades da Cabana de Lysis, presidida por Barros Fournier, e mais tarde, das atividades da Cabana de Antônio de Aquino,onde permaneceu até 1949, quando foi orientada a fundar um centro espírita, que deveria ser na Zona Sul da cidade.
Em junho de 1949, Dona Chiquita funda a Cabana de Canagé em sua própria residência, à Rua Redentor, 27, Ipanema.
Tal sociedade recebeu, em homenagem à Canagé, Entidade Espiritual que presidia a denominação de "Sociedade Espiritualista Cabana de Canagé", pouco depois, por sugestão do próprio Guia, passou a se chamar Casa do Coração, que se instalou juridicamente em agosto de 1950, com sede à rua Nascimento Silva n° 94, Ipanema, onde funciona até hoje.
A localização do empreendimento nas proximidades das praias de Ipanema e Leblon e da Lagoa Rodrigo de Freitas tem relação afetiva com passadas vidas terrenas de muitos dos boníssimos guias dirigentes das Cabanas, que então, voltaram a coordenar os trabalhos da recém fundada Casa do Coração.
Feita a mudança em julho de 1950 inicia-se nova fase de intensos trabalhos, com grande afluência de público. Dona Chiquita já contava com um qualificado grupo mediuns e colaboradores: Henrique Fracalanza, Dolores Bacellar, Beatriz Souza, Julia Essuey, Dina Fracalanza, Hely Essuey e muitos outros.
Em julho de 1953 as publicações da Revista Novo Horizonte voltam a circular. Estaria então, restabelecida em sua plenitude uma ‘obra’ há muito iniciada, e que se por algum tempo esteve adormecida (de 1942 à 1952), tornava a despertar em nova fase, com renovado vigor, agora sob outra direção humana, porém com os mesmos orientadores espirituais e o mesmo programa, apenas um pouco mais ampliado para corresponder ao progresso destas duas décadas.
Em 1955 é adquirido o imóvel da Rua Nascimento Silva, 94, com grandes sacrifícios. Chiquita assume pessoalmente a responsabilidade da transação. Até suas jóias foram vendidas para se concretizarem um sonho acalentado por todos há muitos anos.
A construção do novo edifício iniciada em 1957, que deveu-se ao projeto de autoria do Engenheiro Dr. Paulo Barroso, teve suas obras terminadas em 1961, depoís de muitas lutas e graças aos resultados das diversas campanhas que, desde 1950, levantaram os recursos para um edifício novo e adequado às instalações dos serviços assistenciais planejados.
Com a inauguração das novas instalações ganhou corpo, a mudança do nome da Sociedade para Casa do Coração. Na Assembléia Geral Extraordinária de 4 de outubro de 1956, foi proposta e aceita a modificação do nome da Sociedade Espiritualista Cabana de Canagé para Casa do Coração, a qual está devidamente inscrita no Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
Ao público espírita de Ipanema, dos bairros adjacentes e dos longínquos rincões da Cidade, a "Casa do Coração" cabe agradecer a fraterna e assídua convivência e apoio, pedindo que a mão benfazeja de Jesus deixe cair sobre todos bênçãos de luz que os conduza sempre para os caminhos do Bem, da Felicidade e da Paz.
Aos prestimosos colaboradores, ao eficiente Corpo de médiuns e profissionais voluntários, enfim a todos os desinteressados irmãos que mourejam nesta bendita Casa, em que a luz do Evangelho norteia e as suaves determinações da Doutrina Espírita consolam, a Diretoria da Casa do Coração, necessariamente deixando de nomear para não incorrer em injustas omissões, externa seu agradecimento a todos, renovando votos para que a consecução dos objetivos colimados se venham desenvolver sob clima de entendimento cordial, atendendo fielmente ao lema de Canagé que se acha inscrito no frontispício da Casa do Coração: "REAVIVAI A ESPERANÇA, Ó VÓS OS QUE AQUI ENTRAIS!"