Luis Mariano Barros Fournier
Luis Mariano Barros Fournier nasceu no Maranhão em 1877 e desencarnou no Rio de Janeiro em 1946.
Foi católico até os 49 anos, quando adotou o Espiritismo, e, numa época em que a doutrina espírita era vorazmente combatida, ele reuniu um grupo de médiuns e, em sua propria residencia, em 1926, fundou o Núcleo Espírita de Amigos Neo-Pythagóricos.
Neste núcleo, um ano mais tarde (1927), manifestou-se um espírito através do médium Gustavo de Medeiros Pontes, que se identificou como Lysis de Krótona que orientou Barros Fournier, na fundação da Cabana de Lysis que segundo o Espiríto revelou, era o nome que se dava ao refúgio dos eremitas do Himalaia, em suas peregrinações, cujo abrigo denominavam de "Cabana".
Em 1932, juntamente com seu bravo companheiro Julio Gaertner, cria a revista Novo Horizonte, apresentada como Revista Espírita de Psicologia Social – Editada pela Cabana de Lysis.
Conferência realizada no Liceu de Artes e Ofícios pelo Cel. Barros Fournier em 3 de maio de 1934 – aniversario da Cabana de Lysis. Barros Fournier aparece em destaque de branco (1º da esquerda) e Julio Gaertner o 1º da direita ao fundo.
Em 1934, uma das médiuns da Cabana de Lysis, Pedrita Valente, recebeu da espiritualidade a tarefa de fundar a Cabana de Antonio de Aquino. Barros Fournier lhe deu todo o apoio, e esta foi então fundada dentro da mesma orientação da Cabana de Lysis.
Em 1939, cinco anos depois, foram encerradas as atividades na Cabana de Lysis, e Barros Fournier passou a participar das atividades da Cabana de Antonio de Aquino, até desencarnar em 1946.
Poucos anos depois, em 1949, com essa mesma orientações espiritual, Francisca Fraenkel, tambem médium do grupo da Cabana de Lysis, funda a Casa do Coração e, em 1953, por sugestão do próprio Barros Fournier, que já trabalhava na espiritualidade, retoma a publicação da revista Novo Horizonte, que fora interrompida em 1942.
Fournier foi membro da Cruzada dos Militares Espíritas, jornalista, escritor, conferencista, tendo se dedicado com muito carinho às pesquisas científicas no campo mediúnico. Teve cinco filhos e foi um exemplar chefe de família, embora tenha passado por uma grande provação com um de seus filhos, Severo, que é também um dos tutelares desencarnados que trabalham em benefício da Casa do Coração.
Núcleo Espírita de Amigos Neo-Phytagóricos.
A Doutrina Espírita, de proveniência francesa, aportou nas terras brasileiras na segunda metade do século XIX. Sua penetração no Brasil superou em muito a atingida em qualquer outro pais.
Simultaneamente, houve a intensa difusão da filosofia positivista no Brasil que exerceu forte influência na República em instauração. O lema "ordem e progresso" eternizou na bandeira nacional as marcas desta forte matriz positivista que caracterizava um movimento cientificista e uma religião não teológica.
Quanto ao espiritismo, mantinha-se intacto o prestigio da divindade, porem tal apelo ao transcendente não constituía, aos olhos de seu codificador, Allan Kardec, obstáculo a investigação cientifica, e sim um complemento indispensável.
Foi nesse contexto cultural e intelectual, que o Espiritismo começa a se consolidar atraindo interesse de importantes segmentos da sociedade, como escritores, professores, médicos e, destacadamente, os militares que desempenharam importante papel na organização do espiritismo no Brasil.
Um deles, foi o Cel. Luiz Mariano de Barros Fournier, membro da Cruzada dos Militares Espíritas, que em 1926, fundou o Núcleo Espírita de Amigos Neo-Phytagóricos.
Lysis de Krótona
Lysis de Krótona - Pictografia de Dinorah A. de Simas Enés
Lysis de Krótona, de quem se deu o nome ao grupo, é o patrono espiritual; foi um filósofo da antiguidade, discípulo de Pitágoras, que viveu dos anos 490 a 560 a.C.
Era membro da Confraria de Crótona e como bom intérprete da sabedoria do mestre, compôs os Versos de Ouro (veja abaixo), códice filosófico de máximas, que sintetiza toda a doutrina pitagórica.
Sua escola sociológica foi, pois, a desse pensador de quem fizeram uma espécie de mago ou semi-deus, e de cuja doutrina se fez uma religião nova, em face da qual a entidade suprema, do universo era o número - Um, o Deus único, de que promanam todas as coisas, como desse número resultam todos os números, que se desdobram ao infinito.
Foi essa uma doutrina revolucionária. para aquela época de obscurantismo caótico em que se cultuava o politeísmo às soltas; foi o primeiro grito de alarma desferido contra o paganismo. o primeiro movimento filosófico que se fazia sentir na concretização dos mandamentos da lei de Deus, fixados por Moisés no Decálogo, que a humanidade não soube ou não quisera interpretar e só a demonstração prática de Jesus, o Cristo, tornou efetivos, dando a sua vida em holocausto pela redenção da humanidade.
Lysis de Krótona, o nosso guia, seguindo as pégadas de Pitágoras, foi assim um dos predecessores que tentaram desbravar o caminho por onde mais tarde devia caminhar Jesus em sua campanha sem par pela igualdade, liberdade e fraternidade.
Versos de Ouro
Lysis de Krotona (Discípulo de Pitágoras)
A Deus essência e forma, o culto consagrado
Rende e tua fé, conserva; prestigia
Dos sublimes heróis a imarciada lembrança
E a memória etheral dos supremos espíritos,
Bom filho, neto irmão, terno esposo e bom pai !
Sê, e, para teu amigo, o amigo da virtude
Escolhe e cede sempre aos seus dóceis conselhos,
Sê sincero e bondoso. Não o deixes nunca,
Se possível te for, pois, uma lei severa
Agrilhoa o poder junto á necessidade.
Está nas tuas mãos combater e vencer
Tuas loucas paixões. Aprende a dominá-las.
Sê sóbrio, ativo e casto. As cóleras evita,
Em público, ou só, não te permitas, nunca,
O mal, e, mais que tudo, a ti mesmo respeita-te.
Pensa antes de falar e pensa antes de agir.
Atende, não esqueças: um poder invencível
Ordena de morrer; e os bens e as honrarias,
Fáceis de adquirir, são fáceis de perder.
Quanto aos males fatais que o destino acarreta,
Julga-os pelo que são; suporta-os, procura,
Quão possivel te seja, o rigor abrandar-lhes.
Os Deuses (*) aos mais cruéis, não entregam os sábios
Como a verdade o erro adoradores conta.
O filósofo aprova ou,adverte com calma
E, se o erro triunfa, ele se afasta e espera.
Ouve e no coração grava as minhas palavras
Teme o exemplo dos outros e, pensa por ti mesmo.
Consulta, delibera e escolhe livremente
Deixa aos loucos o agir sem um fim e sem causa;
Tu deves comtemplar no presente o futuro.
Não pretendas fazer aquilo que não saibas;
Aprende: tudo cede à constância e ao tempo;
Procurarás em tudo um meio justo e bom.
Busca sempre saber: - "Hoje o que pratiquei?"
Se for o mal, abstém-te, e se foi o bem, persevera.
Meus conselhos aceita e os estima e pratica,
E te conduzirão as divinas virtudes.
Por esse que gravou nos nossos corações
A Tetrade Suprema, imenso e puro símbolo,
Fonte da Natureza e modelo dos Deuses, juro.
Antes, porém, que tu, alma fiel
Ao seu dever, invoque com fervor os Deuses,
Cujo soccorro imenso e grandioso e forte
Te fará concluir as obras começadas,
Segue o exemplo perfeito e não te iludirás.
Rebuscarás do Ser a mais estranha essência,
De tudo saberás o princípio e o fim.
E, se Deus permitir, verás que a Natureza,
Em tudo semelhante, é, uma em toda a parte.
Conhecedor, assim, de tudo o que tu podes,
Terás o coração livre de tentações,
E saberás que o mal, que transfigura os homens,
É fraco do seu ser, porque esse, iludidos,
Procuram longe o bem que trazem dentro em si.'
Homens que saibam ser felizes são bem raros:
Joguetes das paixões, oscilando nos males,
Singram tontos num mar sem luzes e sem fim,
Sem poder resistir nem dobrar a tormenta.
Salvai-os Grande Pai, abrindo-lhes os olhos.
Mas, Não. Aos homens cabe, raça eterna e divina,
O erro distinguir da verdade perfeita.
A natureza os serve, e tu que a penetraste,
Alma sábia e, ditosa, a paz seja contigo.
Observa as minhas leis e te afasta daquilo
Que tua mente recusa, distinguindo bastante.
Sobre teu corpo reine e brilhe a inteligência,
Para que no esplendor de um éter fulgurante,
Mesmo entre os imortais, consigas ser um Deus!
Psicografada pelo médium Gustavo de M. Pontes.
(*) Espiritos puros
Cabana de Lysis
A Cabana de Lysis é o grupo espírita que sob a égide de Lysis de Crótona, funciona à Rua Licinio Cardoso, nº269, nesta cidade. É uma dependência do prédio em que reside com sua Exmª Família o Cel. De nosso exercito Dr. Barros Fournier, seu diretor.
Lysis de Crótona, de quem se deu o nome ao grupo, é o patrono espiritual, o seu guia e protetor; foi um filósofo da antiguidade, discípulo de Pitágoras, que viveu dos anos 490 a 500 antes de Cristo. Era membro da Confraria de Crótona e como bom intérprete da sabedoria do mestre, compôs os “Versos de Ouro”, códice filosófico da máxima, que sintetiza toda doutrina de Pitagórica.
Sua escola filosófica foi pois, a desse pensador de quem fizeram uma espécie de mago ou semi-deus, e de cuja doutrina se fez uma religião nova, em face da qual a entidade suprema do universo era o número – Um.
Lysis de Krótona - Pictografia de Dinorah A. de Simas Enés
o Deus único, de que promanam todas as coisas, como desse numero resultam todos os numeros, que se desdobram ao infinito.
Foi essa uma doutrina revolucionaria para aquela época de obscurantismo caótico em que se cultuavam o politeismo às soltas; foi o primeiro grito de alarme desferido contra o paganismo, o primeiro movimento filosófico que se fazia sentir na concretização dos mandamentos da lei de Deus fixados por Moises no Decálogo, que a humanidade não soube, ou não quisera interpretar e só a demonstração pratica de Jesus, o Cristo, tornou efetivos, dando sua vida em holocausto pela redenção humana.
Lysis de Crótona, o nosso guia, seguindo as pegadas de Pitágoras, foi assim um dos predecessores que tentaram desbravar o caminho por onde mais tarde devia caminhar Jesus em sua campanha se par pela liberdade, igualdade e fraternidade, que os revolucionários de 1789 tentaram implantar pela imposição dos Direitos do Homem, ainda uma vez depois disso postergados pelas egolatria das castas.
Nós, porém, os da Cabana de Lysis, se não temos força para reivindicar tais direitos em prol da humanidade, fazemos como os demais irmãos em crença, nos enfileirando ao lado daqueles que combatem na campanha da boa vontade, convencidos de que o melhor meio para isso é dar a maior publicidade possível aos conselhos luminosos e lições de coisas, que nos vem do Além como advertências amigas daqueles que, nos vem trazer a sugestão e o estímulo para pratica das boas ações.
Eles são os nossos guias inspirados, protetores esclarecidos que colaboram com Lysis de Crótona na obra construtora de nossa formação moral e por isso queremos transmitir ao público, repartir com nossos parceiros nas tarefas desta vida, a jóia preciosa de ensinamentos sadios, que eles em sua sabedoria emancipada nos vem ministrando, de certo, para serem difundidos em beneficio social.
A Cabana de Lysis, portanto, publicando-os em forma de fascículos, para a formação de vários volumes de filosofia e ciência, aconselha a seus leitores colecioná-los em séries que serão, quando completa cada uma, por esta redação indicada, afim de que possam ser encaderná-las como obra que devemos ter em nossa estante para deleite intelectual e conforto espiritual dos que anseiam pelo conhecimento da verdade pura.
(Novo Horizonte - nº1 jan/1932- Revista Espírita de Psicologia Social - editado pela Cabana de Lysis)
Fizeram parte desse grupo pioneiro de espíritas:
Cel. Barros Fournier
Julio Gaertner
F. L. de Azevedo Silva
Gustavo Medeiros Pontes
Pouco depois, muitos outros juntaram-se ao grupo, entre eles:
Profª Dinorah A. de Simas Enéas
Profª Pedrita Valente
Profª Francisca Fraenkel
Revista Novo Horizonte
Edição nº 1 - Jan/1932
Pouco depois, em 1932, por orientação do guia espiritual do grupo, Lysis de Crótona (discípulo de Pitágoras), o Cel. Barros Fournier, funda a Cabana de Lysis e cria a Revista Novo Horizonte, apresentada como Revista Espírita de Psicologia Social – Editada pela Cabana de Lysis. Em 1934, também por orientação do guia Antonio de Aquino, o grupo funda a Cabana de Antonio de Aquino (Presidida por Pedrita Valente, valorosa médium pertencente ao grupo fundador), consolidando as bases espirituais que viriam a inspirar gerações de espíritas até os dias de hoje.
E desde esses distantes anos 30, a revista Novo Horizonte vem trabalhando com maestria, indo muito além de mero Órgão de divulgação da Doutrina Espírita. Vem, como testemunha ocular de importante período da história do Espiritismo no Brasil, fiel aos princípios da caridade e da fé raciocinada, mantendo viva a memória, a ‘fonte viva’ de inspiração e orientação às novas gerações.
Assim, nesta primeira fase da Novo Horizonte, nos difíceis anos 30, não faltou suporte espiritual das Cabanas de Lysis e de Antonio de Aquino. Por outro lado, toda essa obra, só pôde ser iniciada no plano terreno graças a um grupo abnegado de espíritas liderado pelo seu fundador Cel. Barros Fournier (médium de Lysis de Crotona). Outro colaborado incansável foi Julio Gaertner, que esteve à frente da Revista no cargo de Redator-Gerente até 1941. Suas contribuições foram inestimáveis não só pela competência na condução administrativa da Revista, mas também pela alta qualidade editorial que levam sua marca.
Gustavo Pontes foi o medium de Antonio de Aquino e pertenceu ao grupo fundador da Cabana de Lysis. Durante essa ‘época áurea’ foi um dos mais atuantes médiuns, alem de profícuo colaborador da revista Novo Horizonte, inclusive atuando como secretário e sempre anonimamente conforme sua vontade. Foi através de seu punho, que Antonio de Aquino deu inúmeras orientações e valiosas preleções, alem de belas obras literárias como os livros ‘Cachoeira de Pirilampos” (Antonio de Aquino) e “psicologia dos Lusiadas” (Jaime Diniz).
E foi com esse preceito que a Novo Horizonte lançou as “Palestras do Além”, publicação em forma de fascículos, um a cada edição da Revista, mensal, na época. Palestras do Além, é uma belíssima antologias composta de mensagens mediúnicas de uma série de mentores espirituais que trabalhavam ou simplesmente compareciam para colaborar nas reuniões de trabalhos mediúnicos nas Cabanas de Lysis e Cabana de Antonio de Aquino.
A cada fascículo, além da biografia de um mentor ou colaborador espiritual, acompanhava uma ilustração pictografado pela médium Profª Dinorah Azevedo de Simas Enéas.
Fascículo nº 1 - Jan/1932
Foi através de sua mediunidade pictográfica e psicográfica que por décadas, até os dias de hoje, nos chegaram, não só mensagens de grande valor doutrinário espírita, como o retrato de seus autores elaborados com extrema maestria e sensibilidade artististica.
Durante esse período, praticamente por toda a década de 30, não obstante os muitos obstáculo, constantes mudanças, novos rumos e todos os percalços peculiares aos grandes empreendimentos, como foram os das Cabanas, a Revista Novo Horizonte foi conduzida de forma impecável e a altura das Instituições que representava. Isso, até julho de 1941, quando volta a pátria espiritual, Julio Gaertener, o principal gestor da Revista, que interrompe temporariamente suas atividades. Mas já estavam firmes as suas bases e num futuro breve, a Novo Horizonte ressurgiria com todo vigor pelas mãos de outra destacada médium pertencente ao núcleo inicial da Cabana de Lysis, a Profª Francisca Rodrigues Pessoa de Andrade Fraenkel, também carinhosamente chamada de Dona Chiquita.
Nº 1 – jul/ago/set 1953
Em julho de 1953 as publicações da Revista Novo Horizonte voltam a circular. Estaria então, restabelecida em sua plenitude uma ‘obra’ há muito iniciada, e que se por algum tempo esteve adormecida, tornava a despertar em nova fase, com renovado vigor, agora sob outra direção humana, porém com os mesmos orientadores espirituais e o mesmo programa, apenas um pouco mais ampliado para corresponder ao progresso destas duas décadas.
Ainda nesse inicio de retomada, a revista já atingia grande expressão no editorial espírita nacional. Suas publicações eram trimestrais, com mensagens psicográficas, recebidas dos mais elevados Guias Espirituais, destacando-se, as de Canagé, Tereza, Antonio de Aquino, Eusápia Paladino, Alfredo, Icléa, além de poetas e contistas, atraindo um numero crescente de leitores e interessados de variadas procedências.
Desde seu relançamento, a revista já contava com uma respeitavel equipe de colaboradores, entre médiuns, articulistas, escritores e outros profissoinais. Uma lista, por mais completa que fosse, teria mais omissões que citações, mas alguns podemos destacar: Ismael Gomes Braga, Francisca Fraenkel, Carlos Lomba, Jayme Ferreira, Neuza Aguiló, Porto Carrero Neto, Brunildes Guimarães, Edith Mirabeau, Sebastião Silva, Dolores Bacelar, esta, com grande destaque para a Casa do Coração e para a revista Novo Horizonte.
(Veja mais na seção "Novo Horizonte")
Antonio de Aquino
Pictografado por Dinorah A. Simas Enéas, a lápis e a 'crayon'.
Autobiografia
"Que o amor único de Deus inspire todas as almas para o Bem"
Eu vim para vos contar uma história.
Em meados do século XVII nascia, em Piza, um filho de família nobre, na opulência da sua nobreza, na opulência do seu conforto e na esperança da sua vida. Nascia, como as flores nascem, quando uma gota de orvalho cai sobre o botão que se abre; despontava para a vida como um astro desponta quando a noite cai.
Cresceu e, crescendo, foi sendo receptáculo de todas as desventuras que podem vir a um ente da terra.
Em meados do século XVII nascia, em Piza, um filho de família nobre, na opulência da sua nobreza, na opulência do seu conforto e na esperança da sua vida. Nascia, como as flores nascem, quando uma gota de orvalho cai sobre o botão que se abre; despontava para a vida como um astro desponta quando a noite cai.
Cresceu e, crescendo, foi sendo receptáculo de todas as desventuras que podem vir a um ente da terra.
Morta a sua família, morto o seu pai, os seus irmãos, desprezado pelos parentes, por questões de dinheiro, de haveres, deixaram o pobrezinho, ainda inocente, que foi levado por sua mãe, única pessoa que lhe restava, para a mendicidade. E, desprezando a sua dor - porque em face da dor materna tudo se despreza - procurou alentar e socorrer sua mãe, que mais do que ele sofria.
Procurou trabalhar. Tinha 8 anos; que podia fazer uma criança para sustentar e salvar sua mãe?! Muito fez, porém.
Veio-lhe a doença, porque tinha que sofrer e não bastava o que até ali tinha recebido. Perdeu sua mãe num leito imundo de hospital. Quase indigente, e levado por mãos vis, o pobrezinho acompanhou-a até a tumba, onde depositaram o seu corpo no último abrigo da terra e chorou, como choram os inocentes.
Flores foram as lágrimas que caíram sobre a sepultura. E, com 8 anos de idade estava lançado à vida, numa cidade grande, um pobrezinho, infeliz, que tinha tido até ali a ilusão de uma mãe e dos parentes e agora, o desprezo e mais nada. Atirou-se à vida, ao trabalho, e... cresceu. Não tinha tido outra esperança, outro conforto, outra resignação que não fosse a de Deus.
Ensinaram-lhe, em pequeno, a dizer alguma coisa, a rezar para o Pai; que o Pai atenderia aos inocentes. Rezava sempre e sempre porque sentia a sua consciência inocente e era atendido. Quando chegou a sua idade em que se poderia dizer homem, outra infelicidade maior caiu-lhe em cima, quase fazendo com que desanimasse da vida tenebrosa. Cidadão, depois de homem, com tantos trabalhos, com tantas lágrimas e tantos sofrimentos, talvez porque chorasse demais, os seus olhos fecharam-se para a luz, quase totalmente.
E, quase cego, o que poderia fazer o pobrezinho, na torrente impetuosa do destino? Lutar. Mas, lutar, sim, só, desprezado da própria vida; lutar, sempre. Deus era a esperança da sua alma e só para Deus poderia servir, porque para os homens de nada valia. Entrou para um convento que lhe abriu as portas, quase por caridade.
Entrou, fez-se padre e, no convento viveu sob o seu hábito de sacerdote, de religioso, ensinando a doutrina santa, que havia aprendido. Entretanto, reconhecia que, nem tudo que professava e ensinava era verdade e, procurou no seu silêncio, na sua cela, selecionar aquilo que fosse ouro e aquilo que fosse falso, e, um belo dia, missionário, saiu pela Europa, pregando, ensinando, alevantando almas, confortando com a sua palavra, animando aos desanimados, encorajando aos desamparados e, assim, viveu.
Quando voltou para o seu convento as portas se lhe haviam fechado e haviam lançado sobre sua pessoa o título de hereje, porque quis um Deus verdadeiro e porque ensinou que não queria remuneração porque era a doutrina de Cristo.
Cego, desprezado, hereje, na miséria, já na velhice, que poderia fazer o pobrezinho senão ter esperança no Pai e esperança em Deus! Caiu para a vida e caiu com o baque da fatalidade sobre si. Adoeceu e morreu. Morrendo compreendeu definitivamente a sua situação.
Partiu para o espaço e lá teve a confirmação do que ensinou, e, deu graças a Deus de não ter ensinado errado. Continuou a pregar pelo espaço. Os anos caíram sobre a terra transformando-a muito.
Continuou ensinando, sempre. Onde podia salvar, onde apodia ajudar, lá estava, espírito ou homem, lá estava, ajudando sempre, sempre ensinando o bem e o amor.
Continuaram os anos, e apesar disso, as suas obras foram se multiplicando, com a graça de Deus, dentro da vida e fora da matéria.
Ontem era um pobrezinho morrendo na Itália, depois era um espírito, errante, ensinando o bem, aqui ou ali. Ali consolava uma mãe que chorava; aqui orientava um pobrezinho para a luz e, hoje, está entre os seus amigos contando uma história.
Ontem era um pobrezinho morrendo na Itália, depois era um espírito, errante, ensinando o bem, aqui ou ali. Ali consolava uma mãe que chorava; aqui orientava um pobrezinho para a luz e, hoje, está entre os seus amigos contando uma história.
Antonio de Aquino
(Mensagem psicografada pelo médium Gustavo Pontes na Cabana de Lysis em 1927)
Espero o dia da paz entre os homens. Espero vê-los irmãos, na comunhão dos deveres e do destino.
E, quando a Terra tiver evoluído e os dias passados, talvez que ecos destas palavras simples, ainda estejam dizendo o nome de Deus pelos recôncavos dos corações.
Mas, passados os dias das minhas palavras, desaparecida a lembrança do meu nome; sucumbido o último resquício da minha saudade, eu serei sempre alguma coisa viva e indômita, um cântico de paz, um raio de luz, um clarão de fé, mas uma consciência sempre satisfeita do dever que cumpriu e do amor que espalhou.
A todos os homens da Terra, a todos os Espíritos do espaço, a toda a vida universal, a paz bendita que conforta, e o amor único de Deus, alavanca a impelir todas as coisas para o Bem!...
Antonio de Aquino
Cabana de Antonio de Aquino
A Cabana de Antonio de Aquino, assim como a Cabana de Lysis e a Casa do Coração, originaram-se no Nucleo Espirita Neo-Pitagórico.
Em 1934, também por orientação do guia Antonio de Aquino, o grupo funda a Cabana de Antonio de Aquino, que deveria ser presidida por Pedrita Valente, valorosa médium pertencente ao grupo fundador da Cabana de Lysis, consolidando as bases espirituais que viriam a inspirar gerações de espíritas até os dias de hoje.
Associação Espirita Cabana de Antonio de Aquino
Comemoração do 1º Aniversario da Cabana de Antonio de Aquino
(Trecho do artigo publicado na revista Novo Horizonte nº 11 e 12 – nov/dez 1935)
Comemorou-se festivamente a passagem do 1º aniversario da Cabana de Aquino, em 25 do corrente mês.
Pela Manhã, das 9 às 12 horas, foi realizada uma farta distribuição de roupinhas, brinquedos, doces e flores, à criançada pobre do bairro de S. Francisco Xavier, com um contingente quase total, dos que moram no morro da Mangueira.
Foram Recolhidas na 1ª hora umas 200 crianças no salão da sede, a confreira presidente, Pfª Pedrita Valente, fez a prece a Deus, a Jesus, a Antonio de Aquino e a Therezinha de Jesus, para que deitassem suas bençãos às crianças.
Após a execução ao piano do hino da Cabana e da Canção de Canagé, cantadas pelas crianças da Escola da Sementeira de Therezinha (obra tambem presidida pro Pedrita Valente), teve inicio a distribuição das festras à petizada, com a colaboração dedicada das damas da Asistencia da Cabana. Conduziram a parte disciplinar de maneira a estabelecer melhor ordem na distribuição das dadivas, 6 confrades da nossa garbosa Inspetoria do Transito e da Guarda Civil que gentilmente executaram a missão, semi oficiosa, a contento de todos.
Às 20:30h encheu-se novamente o salão da Sede da Cabana, para realizar a sessão comemorativa do 1º aniversario. A direção dos trabalhos coube ao seu Presidente de honra Cel. Barros Fournier, que organizou a mesa com os distintos confrades: Dr. Henrique de Andrade, Dr. Moreira Guimarães, Dr. Azevedo Silva e as Prfªs Chiquita Fraenkel e Pedrirta Valente.
Foi dada, em seguida, a palavra a Profª Pedrita Valente, que leu um belo trabalho sobre a vida da Cabana de Antonio de Aquino, que a seguir transcrevemos: ...
(veja o restante na revista Novo Horizonte - nº11 e 12 nov/dez de 1932)
Profª Pedrita Lameira Ramos Valente
Pedrita Lameira Ramos Valente nasceu em 23 de outubro de 1897, em Belém. Casou-se com o comandante da Marinha Mercante do Brasil, Lúcio Duarte Valente e tiveram dois filhos: Vicente e Pedro Lúcio. Depois, em 1958, chegou Angélica, a terceira filha, por adoção.
Oriunda de família extremamente católica, porém movida pela necessidade da cura de estranha enfermidade que a medicina não conseguia diagnosticar e sanar, veio para o Rio de Janeiro por sugestão de um amigo de seu esposo, para consultar-se na Cabana de Lysis, encontrando no Espiritismo a extinção dos males que a atormentavam.
Ainda no Pará, costumava sempre" ver" uma estrela que lhe aparecia nas horas de dificuldades e dor. Mais tarde soube tratar-se de seu Guia espiritual Itacy, que, até hoje, em nossa Casa assim se faz representar.
Iniciou-se na prática da Doutrina Espírita, por intermédio de Barros Fournier, fundador da Cabana de tvsis, passando a trabalhar imediatamente com seu Guia espiritual Itacy.
Em 1934 começou a receber instruções da Espiritualidade para a fundação de um novo núcleo espírita que viria a ser a Cabana de Antonio de Aquino.
Médium de extraordinárias faculdades - psicografia, psicofonia, desdobramento, vidência, audiência, receituário e passes de cura - dedicou-se de maneira intensa e incansável ao desenvolvimento das atividades da Cabana de Antônio de Aquino.
Sua determinação, advinda da conscientização da missão que lhe fora confiada por Jesus, foi fundamental para enfrentar as lutas e superar as dificuldades para implantação, funcionamento e legalização de um centro espírita naquela época.
No início da década de 40 passou por dois momentos de imensa dor e de testemunho de fé: o desencarne de seus dois filhos, ambos ao completarem 21 anos. E, ainda desta vez, ela não teve um só momento de fraqueza visto que a dor jamais sobrepujara a sua fé.
Foram essas mesmas características de confiança e determinação que a levaram à grande conquista da aquisição e posteriormente a construção da sede própria da Cabana. Em várias oportunidades, organizou caravanas de médiuns cabaneiros para realização de trabalhos espirituais e de divulgação da Doutrina, em diferentes pontos do Brasil.
Com seu coração fraterno e bondoso, preocupou-se, desde o início dos trabalhos da Cabana,com a implantação de atividades assistenciais. Começou com as "Damas de Assistência" e sonhou e trabalhou para a criação de um abrigo para crianças e outro para idosos, sonhos que, mais tarde, vieram a ser realizados.
Sua assistência fraterna era amplamente desenvolvida junto à nova família que criou - a família cabaneira. Pedrita era alegre, comunicativa e gostava muito de promover encontros, festas e excursões para confraternizar e unir cada vez mais a família E por tudo isso e muito mais, na Espiritualidade assumiu amorosamente a função de tornando-se para todos nós a querida Mãe Pedrita.
Após o seu desencarne, ocorrido em 4 de abril de 1965, continua, no plano espiritual, a desenvolver atividades relevantes para Casa e, juntamente com Juparã, orienta os trabalhos da Cabana.
Associação Espirita Cabana de Antonio de Aquino
Associação Espírita Cabana de Antonio de Aquino
Dona Chiquita
Seu nome era Francisca Rodrigues Pessoa de Andrade Fraenkel - nome tão grande, ela tão pequeninha - era carinhosamente conhecida como Dona Chiquita.
Dona Chiquita nasceu em 8/04/1896 na cidade de Sobral, Ceara. Veio para o Rio de Janeiro ainda menina onde cursou, com brilho, a Escola Normal, entrando desde logo a lecionar nos cursos primários quando ainda frequentava a terceira série, aos 13 anos de idade.
Teve uma carreira profissional de tanto sucesso que uma das escolas em que lecionava trocou o seu nome para Escola Ceará. As exposições de trabalhos de seus alunos de modelagem e desenho eram sempre louvadas por personalidades da época.
Mas como foi levada ao espiritismo?
Chiquita ficou doente, depressiva, como diríamos hoje. Levada ao psiquiatra, Dr. Henrique Roxo, recebeu o diagnóstico: doente das faculdades mentais. Tinha que ser internada.
Sua mãe, muito católica, seu pai espírita. Disse então seu pai: "antes de internar, vou levar você a um lugar onde vai ficar boa." Levou: onde? Cabana de Lysis.
Lá chegando, foi chamada à mesa. Muito desconfiada sentou-se, e imediatamente psicografou uma mensagem que explicava a razão do seu mal. Era médium e precisava cumprir uma missão. Logo veio Canagé, que se revelava através de uma luz amarela.
Participou das atividades da Cabana de Lysis, presidida por Luiz Mariano de Barros Fournier, e mais tarde, das atividades da Cabana de Antônio de Aquino presidida por Profª Pedrita Valente, onde permaneceu até 1949, quando, orientada pelos guias providenciou a fundação de um centro na Zona Sul.
Em junho de 1949, Dona Chiquita funda a Cabana de Canagé em sua própria residência, à Rua Redentor, 27 - Ipanema. Tal sociedade recebeu, em homenagem à Entidade Espiritual que presidia a denominação de Sociedade Espiritualista Cabana de Canagé, pouco depois, por sugestão do próprio Guia, passou a se chamar Casa do Coração, que se instalou juridicamente em agosto de 1950, com sede à rua Nascimento Silva n° 94 - Ipanema, onde funciona até hoje.
A localização do empreendimento nas proximidades das praias de Ipanema e Leblon e da Lagoa Rodrigo de Freitas tem relação afetiva com passadas vidas terrenas de muitos dos boníssimos guias dirigentes das Cabanas, que então, voltaram a coordenar os trabalhos da recém fundada Casa do Coração.
Após 32 anos à frente dos trabalhos na Casa do Coração, Dona Chiquita volta à Pátria Espiritual em 02/10/1977.
Apesar da consternação e preocupações da "Família da Casa do Coração", principalmente com os inúmeros trabalhos e serviços sociais da Casa, até então em franco crescimento, estariam longe de se encerrar ou serem interrompidos. Obras de grande vulto e de caráter universal, jamais estarão sujeitas ao destino de suas lideranças e condutores no plano material, por maior que sejam suas habilidades administrativas, ou mesmo sua elevação espiritual.
Canagé
Canagé - Pictografia de Dinorah A. de Simas Enés
Guia de Dona Chiquita, guia condutor da Casa do Coração.
A biografia de Canagé, dada por Antonio de Aquino na Revista Novo Horizonte, revista esta fundada e publicada pela Cabana de Lysis, nos diz o seguinte:
Dificilmente se encontra um espírito que na terra tenha tomado tantos nomes ilustres, em suas sucessivas encarnações, como o humilde Canagé - seu nome significa "a sombra do capim".
Sabemos, através de outras comunicações , que Canagé renasceu entre os selvagens brasileiros na época do descobrimento, a fim de com sua bagagem espiritual ajudar na paz que deveria reinar entre descobridores e os filhos da terra. Nesta ocasião , teve ele sua alma amada, Itacy e junto aos dois Taquary, espíritos muito ligados de longínquas épocas.
Uma outra reencarnação sua aqui na terra foi como Dante Alighieri (1265 - 1321) poeta italiano nascido em Florença, autor do poema conhecido como "Divina Comédia", sua maior obra e uma das obras-primas da literatura universal. O grande amor de sua juventude foi seu amor por Beatriz Portinari (amor que não chegou a se concretizar uma vez que ele foi obrigado a se casar com Gemma Donatti, sua prometida desde a meninice, e Beatriz com Simon dei Bardi (1289) tendo Beatriz morrido no ano seguinte. - É também interessante dizer que ele teve uma filha monja que se chamava Beatriz. Teve grande participação na vida pública.
É de crer-se que o amor de Dante e Beatriz tenha se realizado na reencarnação da doce Itacy e de Canagé.
A ligação espiritual entre os dois espíritos, Canagé e Chiquita, vem da seguinte época. Ele, um homem do povo, leproso. Ela uma patrícia romana. Por ser leproso ele foi obrigado a afastar-se da família e morar no Vale dos Imundos. Às vezes, à noite ele saía e dirigía-se à cidade na esperança de ver a família. Em uma dessas noites, Chiquita, então a patrícia romana o viu passar, e este, vendo-a, procurou esconder-se. Chiquita, condoeu-se da sua situação e jogou para ele o manto que a cobria. A partir dai, a gratidão do então leproso ligou aqueles dois espíritos.
Henrique Fracalanza
Em junho de 1949, Dona Chiquita fundava a Cabana de Canagé em sua própria residência, à Rua Redentor, 27 - Ipanema, reunindo um pequeno grupo, e entre este, estava Henrique Fracalanza e sua familia.
Henrique Fracalanza foi "sócio fundador e benemérito", inclusive, foi o fiador de D. Chiquita para o aluguel do imóvel da Nascimento Silva, 94, e colaborou muito para a aquisição do imóvel, que só foi adquirido em 1955, com grandes sacrificios.
Página de Publicidade da Loja Fracalanza (Novo Horizonte de 1953 a 1959)
Em julho de 1953, quando a Casa do Coração retomou às publicações da Revista Novo Horizonte, coube a Henrique Fracalanza sua direção.
"Sócio fundador e benemérito", Henrique Fracalanza ficou à frente da Novo Horizonte até 1959, dirigindo-a com extrema competencia; de forma profissional; aperfeiçoando e incentivando a parte comercial da revista, inclusive como anunciante de suas lojas de artigos para presentes e as “famosas baixelas de prata Fracalanza”, que ocupavam bom espaço publicitário da revista, o que contribuiu muito para o salto de qualidade em sua produção.
(Veja mais em Novo Horizonte, edições de 1953 à 1959)
Dolores Bacellar
De família católica, Maria Dolores de Araújo Bacelar, ou simplesmente Dolores Bacelar como ficou conhecida, tornou-se figura querida dentro das lides espíritas, sobretudo por sua humildade. Era natural de Pernambuco, onde nasceu no dia 10 de novembro de 1914, passando a residir na cidade do Rio de Janeiro.
Levada a um Centro Espírita pelo saudoso esperantista Ismael Gomes Braga - que descobriu nela grandes recursos mediúnicos -, aproximou-se da Doutrina e ao lado do esposo, o também pernambucano Luiz Gonzaga da Silveira Bacelar, trabalhou com afinco em prol da divulgação do Espiritismo, sobretudo a partir de 1949, no Centro Espírita Casa do Coração, no bairro de Ipanema, zona sul do Rio.
Nessa instituição, então denominada Sociedade Espiritualista Cabana de Canagé, atuou por muitos anos, sempre desfrutando da amizade e do carinho de todos.
Nesse seu início, em 1953, na Cabana de Canagé, psicógrafou Cânticos do Além, poesias, além do romance já publicado A Mansão Renoir. Este, juntamente com o primeiro livro de mensagens recebidos por ela e outros médiuns – Semeando Estrelas, são considerados um patrimonio da Casa do Coração. Suas colaborações com a revista Novo Horizonte foram inestimáveis.
Página de publicidade das Obras de Dolores Bacelar - Novo Horizonte - edições 1953 em diante.
"Cânticos do Além"
(Resenha literária - Novo Horizonte - jul/1953)
Uma dezena de poetas que pareciam ao mundo mortos, ressurgem agora, atravez da mediunidade de Dolores Bacelar, mais vivos do que nunca, escrevendo em seus estilos próprios, com os seus próprios termos, em linguagem e modismo, com carater e gostos que os identificam, e em seus temas favoritos neste livro maravilhoso!
Todas as teorias materialistas que tentavam explicar a psicografia pelo pastiche, pelo subconsciente, pela memoriaoculta etc. esboroam-se para sempre diante deste livro que vem provar - como já o fez "Parnaso de Além Túmulo", psicografado por Francisco Candido Xavier - que o homem é um Espirito imortal, revestido temporariamente de um corpo perecível.
Mais tarde, com o esposo, fundou a Seara dos Servos de Deus, em Copacabana, a qual posteriormente transferiu-se para Botafogo, onde permanece ainda em atividade.
Dolores Bacelar criou também, com o marido, a Casa Assistencial Lar Amigo, destinada ao amparo de meninas órfãs, conduzindo as tarefas sempre com sua característica abnegação, de forma silenciosa, no anonimato.
O casal colaborou muito com o coronel Jaime Rolemberg de Lima, no Lar Fabiano de Cristo, na implantação de uma unidade para atendimento de famílias carentes, a Casa de Alfredo, em Copacabana.
Com o regresso de Luiz Gonzaga à Espiritualidade, em 18 de junho de 1988, a viúva Dolores Bacelar, mãe então de quatro filhos - Fernando Antônio, Rômulo, Ana Cristina e Primavera, esta ainda muito jovem - e avó de oito netos, assumiu a presidência da Seara dos Servos de Deus, integrando também o Conselho da Instituição.
Da mesma forma permaneceu, sem esmorecer, na execução das atividades assistenciais e espirituais da Casa Assistencial Lar Amigo.
Dolores Bacelar desencarnou em 6 de outubro de 2006 e o enterro do seu corpo ocorreu no dia seguinte, às 14 horas no Cemitério São João Batista, em Botafogo, com expressivo acompanhamento.
A Mansão Renoir - As Margens do Eufrates - Cânticos do Além
Como médium psicógrafa, Dolores recebeu dezenas de livros, dentre os quais: A Mansão Renoir, A Canção do Destino, Novos Cânticos, O Alvorecer da Espiritualidade, Os Guardiães da Verdade, Veladores da Luz, O Vôo do Pássaro Azul, A Rosa Imortal e À Sombra do Olmeiro.