Setenta vezes Sete

 

Trexo do Livro Entre o Céu e a Terra  

 

Abra, Henrique. Vejamos a mensagem cristã para os nossos estudos da noite.

O rapazinho escolheu o texto, ao acaso, restituindo o livro às mãos maternais.

A genitora, emocionada, leu os versículos 21 e 22 do capítulo 18º das anotações do apóstolo Mateus:

 

 

– “Então Pedro, aproximando-se dele, disse: – Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim e eu lhe perdoarei?

 

Até sete? Jesus lhe disse: – Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.”

 

 


Calou-se dona Antonina, como quem aguardava a manifestação de curiosidade dos jovens aprendizes.

 

O pequeno Henrique, iniciando a conversação, perguntou, com simplicidade:

– Mãezinha, porque Jesus recomendava um perdão, assim tão grande?

 

Demonstrando vasto treinamento evangélico, a senhora replicou:

– Somos levados a crer, meus filhos, que o Divino Mestre, em nos ensinando a desculpar todas as faltas do próximo, inclinava nos ao melhor processo de viver em paz. Quem não sabe desvencilhar-se dos dissabores da vida, não pode separar-se do mal. Uma pessoa que esteja parada em lembranças desagradáveis caminha sempre com a irritação permanente. Imaginemos vocês na escola.

 

Se não conseguirem esquecer os pequeninos aborrecimentos nos estudos, não poderão aproveitar as lições. Hoje é um colega menos amigo a preparar lamentável brincadeira, amanhã é uma incorreção do guarda enfadado em razão de algum equívoco. Se vocês imobilizarem o pensamento na impaciência ou na revolta, poderão fazer coisa pior, afligindo a professora, desmoralizando a escola e prejudicando o próprio nome e a saúde. Uma pessoa que não sabe desculpar vive comumente isolada. Ninguém estima a companhia daqueles que somente derramam de si mesmos o vinagre da queixa ou da censura.

 

 

Nessa altura do ensinamento, dona Antonina fitou o primogênito e perguntou:

 

– Você, Haroldo, quando tem sede preferiria beber a água escura de um cântaro recheado de lodo?

 

– Ah! isso não – replicou o mocinho muito sério –, escolherei água pura, cristalina...

 

– Assim somos também, em se tratando de nossas necessidades espirituais. A alma que não perdoa, retendo o mal consigo, assemelha-se ao vaso cheio de lama e fel. Não é coração que possa reconfortar o nosso. Não é alguém capaz de ajudar-nos a vencer nas dificuldades da vida. Se apresentamos nossa mágoa a um companheiro dessa espécie, quase sempre nossa mágoa fica maior. Por isso mesmo, Jesus aconselhava-nos a perdoar infinitamente, para que o amor, em nosso espírito, seja como o Sol brilhando em casa limpa.


 

 

 

 

 

 

 

Sinopse do Livro: Entre o Céu e a Terra

Sinopse do Livro: Entre o Céu e a Terra

Sinopse do Livro: Entre o Céu e a Terra

Sinopse do Livro: Entre o Céu e a Terra

Sinopse do Livro: Entre o Céu e a Terra

 

 

Pelo Espírito: André Luiz.

 

Psicografia: Chico Xavier.



 

 

 

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