Novo Horizonte (História)
Da Cabana de Lysis à Casa do Coração
83 anos de divulgação da Doutrina Espírita
Revista Novo Horizonte - Órgão de divulgação da Casa do Coração
Edição nº 1 - janeiro de 1932
A Doutrina Espírita, de proveniência francesa, aportou nas terras brasileiras na segunda metade do século XIX. Sua penetração no Brasil superou em muito a atingida em qualquer outro país.
Simultaneamente, houve a intensa difusão da filosofia positivista no Brasil que exerceu forte influência na República em formação. O lema "ordem e progresso" eternizou na bandeira nacional, as marcas desta forte matriz positivista que caracterizava um movimento cientificista e uma religião não teológica.
Quanto ao espiritismo, mantinha-se intacto o prestígio da Divindade, porém tal apelo ao transcendente não constituía, aos olhos de seu codificador, Allan Kardec, obstáculo à investigação cientifica, e sim um complemento indispensável a mesma.
Foi nesse contexto cultural e intelectual, que o Espiritismo começa a se consolidar atraindo o interesse de importantes segmentos da sociedade, como escritores, professores, médicos e, especialmente, os militares que desempenharam importante papel na organização do espiritismo no Brasil.
Corria o ano de 1926, uma época dificílima para os profilentes do Espiritismo. Nesse momento, o jornalista, escritor, conferencista dos mais solicitados do Rio de Janeiro e membro da Cruzada dos Militares Espíritas, Cel. Luiz Mariano de Barros Fournier, teve a coragem de reunir um grupo de médiuns e fundar o Núcleo Espírita de Amigos “Neo-Phytagóricos”.
Mais tarde, em 1932, por orientação do guia espiritual do grupo, Lysis de Crótona (discípulo de Pitágoras), o Cel. Barros Fournier, funda a Cabana de Lysis e cria a Revista Novo Horizonte, apresentada como Revista Espírita de Psicologia Social – Editada pela Cabana de Lysis. Em 1934, também por orientação do guia Antonio de Aquino, o grupo funda a Cabana de Antonio de Aquino, presidida por Pedrita Valente (valorosa médium pertencente ao grupo fundador), consolida as bases espirituais que viriam a inspirar gerações de espíritas até os dias de hoje.
E desde esses distantes anos 30, a revista Novo Horizonte vem trabalhando com maestria, indo muito além de mero Órgão de divulgação da Doutrina Espírita, além de se afirmar como testemunha ocular de importante período da história do Espiritismo no Brasil, fiel aos princípios da caridade e da fé raciocinada
Assim, nesta primeira fase da Novo Horizonte, nos difíceis anos 30, não faltou o suporte espiritual das Cabanas de Lysis e de Antonio de Aquino. Toda essa obra, só pôde ser iniciada no plano terreno graças a um grupo abnegado de espíritas liderado pelo seu fundador Cel. Barros Fournier (médium de Lysis de Crotona).
Outro colaborador incansável foi Julio Gaertner, que esteve à frente da Revista no cargo de Redator-Gerente até 1941. Suas contribuições foram inestimáveis não só pela competência na condução administrativa da Revista, mas também pela alta qualidade editorial que levam sua marca.
Conferência realizada no Liceu de Artes e Ofícios pelo Cel. Barros Fournier em 3 de maio de 1934 – aniversário da Cabana de Lysis.
Barros Fournier aparece em destaque de branco (1º da esquerda) e Julio Gaertner o 1º da direita ao fundo.
6/01/1936 - Festa oferecida pela Exma.Sra. Viscondessa de Sande (benemérita conhecida como vozinha da Cabana – desencarnada em 1937) ao grupo infantil Sementeira de Therezinha de Jesus, escola fundada pela Cabana de Antonio de Aquino.
A Viscondessa aparece ao centro (encharpe branco) . Julio Gaertner ao lado (terno branco), logo acima, pouco à esquerda aparece Gustavo Pontes (médium de Antonio de Aquino) à sua direita, aparece Dinorah Azevedo de Enéas Simas (médium de pictografia). Pedrita Valente, presidente da Cabana de Antonio de Aquino aparece sentada a direita do grupo junto as crianças.